Os portelenses pintaram a Avenida Carolina Machado de azul e branco, no domingo. A falha técnica no carro de som não impediu que a escola continuasse aguerrida e empolgada cantando alto o samba. A bateria “Tabajara do Samba”, de mestre Nilo Sérgio, deu um show à parte conduzindo os componentes, ditando o ritmo da águia. O diretor de carnaval Junior Schall comentou sobre a força da comunidade e o problema do carro de som. Em 2025, a Portela levará para a Avenida o enredo “Cantar será buscar o caminho que vai dar no Sol – Uma homenagem a Milton Nascimento”, assinado pelos carnavalescos André Rodrigues e Antonio Gonzaga. A águia será a quarta escola a desfilar na terça-feira de Carnaval. Os ensaios de rua voltarão dia 5 de janeiro.

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“Hoje nós tivemos um presente nesse último ensaio de rua da temporada [de 2024] com o canto do portelense na integridade. Esse presente, acho que tem a ver com a questão do final do ano, com nossas crenças, fé, veio por um infortúnio de ordem técnica. Nos privou do carro de som ao longo do ensaio fez com que o canto que nós já vínhamos testando e trabalhando com muita tenacidade fosse o fiel da balança. Aproveito para parabenizar todos os núcleos e segmentos da Portela, pois hoje o carro de som da Portela foi os seus componentes. Fizemos literalmente um ensaio de canto na Carolina Machado, andando com a escola durante 60 minutos. Isso mostra o valor de uma comunidade, o valor de um canto, um trabalho de harmonia, de cada um dos núcleos e segmentos, de uma obra que vai levar a escola muito adiante e que, hoje, para nós, fechando a temporada, diante de um problema técnica, veio nos brindar com um belíssimo ensaio. Foi muito positivo”, comentou Schall.

O diretor também falou sobre sua visão para os próximos ensaios em 2025: “É um exercício contínuo. Entendemos a posição de desfile, entendemos a obra, o que ela necessita, o casamento com a bateria, carro de som, cantores e músicos. A cada ano, a gente busca evoluir ao máximo. É um processo de evolução. Hoje é uma etapa e temos muitas etapas pela frente. Por exemplo, temos que manter o canto na potência que está até o final. Não é cantar mais e parar, é manter o canto na potência que está até o final e isso se faz com alegria, força e tenacidade. Esse exercício continua ano que vem na quadra e também na rua”.

Harmonia

A direção de Harmonia da Portela foi testada e se saiu muito bem no ensaio. A falha técnica no carro de som logo no começo do ensaio, forçou, positivamente, os portelenses a cantarem o mais forte e mais alto que pudessem. A escola estava cantando integralmente o samba e os pontos altos do canto da comunidade foram no primeiro refrão “Iyá chamou Oxalá preto rei pra sambar…” e no verso “Quem acredita na vida / Não deixa de amar”. Assim que o carro de som foi retomado durante a metade final da exibição, notou-se que Rodrigo Tinoco, em substituição a Gilsinho – ausente neste ensaio -, e a equipe do carro de som estavam bem integrados com a bateria.

Evolução

A escola optou por desfilar de forma mais compacta para o canto dos desfilantes ficar mais alto, mas os portelenses estavam se comportando como foliões com animação, dançando e pulando carnaval. A azul e branca fluiu bem pela Carolina Machado sem deixar buracos ou fazer evolução vagarosa.

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Fotos: Matheus Vinícius/CARNAVALESCO

O diretor Junior Schall explicou o compromisso do portelense de desfilar leve e empolgado: “A gente tem o seguinte conceito: cada ensaio de quadra ou de rua é um exercício de multiplicação de felicidade. Porque, se o componente, qualquer um deles, não estiver feliz, nós não estamos aquilo que devemos fazer. Só munido da felicidade genuína, plena e espontânea de cada um é que vamos ter a força de conjunto. Hoje, de novo, ter que cantar sendo o carro de som, para o componente, foi um maravilhoso exercício de felicidade de final de ano. A gente só tem a agradecer. Se a gente puder intitular isso seria ‘O carro de som foi a comunidade'”.

Samba

O portelense demonstrou está com o samba inteiro na ponta da língua. O rendimento do samba não caiu, apesar das dificuldades técnicas do som. Os pontos mais fortes da composição de Samir Trindade, Fabrício Sena, Brian Ramos, Paulo Lopita 77, Deiny Leite, Felipe Sena e JP Figueira são o primeiro refrão e a segunda parte, que possui versos como “Pra ver Zumbi no céu da canção”, “Noite apaga o arrebol”, “Quem acredita na vida / Não deixa de amar” e “Onde Candeia é chama / Brilha Milton Nascimento”.

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Outros Destaques

Como o primeiro mestre-sala Marlon Lamar não pode estar presente no ensaio do último domingo devido a um problema particular, o casal de mestre-sala e porta-bandeira que se apresentou à frente da escola foi o segundo: Thainara Matias e Emanuel Lima. Vestidos e azul, eles se exibiram com elegância e garra, com um bailado tradicional limpo, bastante olho no olho e entrosamento. A porta-bandeira Squel Jorjea desfilou na primeira ala junto com os componentes.

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Mestre Nilo e sua Tabajara foram os principais responsáveis por ditar o ritmo da escola durante este último ensaio de rua. Ambos os refrões têm bossas interessantes que levantaram o público que estava assistindo, além disos, Mestre Nilo apostou em um apagão nos versos “Quem acredita na vida vida / Não deixa de amar”, que acompanhava o versos subsequentes até o refrão principal.