Sob os olhares atentos de um público fiel que encheu o Centro de Niterói, a Unidos do Viradouro protagonizou mais um ensaio de rua impecável rumo ao Carnaval 2025. Com a comunidade vibrando e o samba entoado na ponta da língua, a apresentação foi um verdadeiro espetáculo, reafirmando que a escola está determinada a lutar pelo bicampeonato. A bateria Furacão Vermelha e Branca, liderada por mestre Ciça, foi o grande destaque, conduzindo o público e a escola em uma apresentação repleta de energia, precisão e garra, consolidando o clima de expectativa para o próximo carnaval.
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Em 2025 a Viradouro levará para a avenida o enredo “Malunguinho: O Mensageiro de Três Mundos”, desenvolvido pelo carnavalesco Tarcísio Zanon. A narrativa homenageia Malunguinho, figura histórica e espiritual ligada à resistência no quilombo do Catucá, em Pernambuco. A vermelha e branca de Niterói será a terceira escola a pisar na avenida no primeiro dia de desfiles do Grupo Especial. O próximo ensaio da agremiação será no próximo domingo, novamente na Avenida Amaral Peixoto.
O diretor de carnaval da agremiação, Alex Fab, pontuou que a ideia era encerrar o ano com chave de ouro e no ensaio deste domingo um grande passo foi dado rumo a isso, ele também falou sobre o andamento dado ao samba.
“Dentro do que a gente tinha planejado para encerrar esse ano foi mais um ensaio satisfatório pra gente, hoje a gente saltou mais um degrauzinho pra encerrar 2024 dentro que foi planejado, estou feliz com o andamento que colocamos, sempre tem alguma coisinha pra ir aperfeiçoando, mas é passo a passo”, disse Alex Fab.
Comissão de Frente
Sob o comando dos campeoníssimos Priscilla Mota e Rodrigo Nergri, a comissão de frente da vermelha e branca se apresentou de forma aguerrida, firme e organizada durante todo o ensaio. Os bailarinos emularam o andamento do desfile oficial, fazendo marcações e já verificando o tempo, uma corda simulou o que possivelmente será o espaço destinado ao tripé de apoio, inclusive, durante um momento da coreografia essa corda avançava em direção ao corpo de dança, dando uma amostra do que virá por aí. Vale destacar que os bailarinos carregavam em suas mãos ramos de folhas que ao tocarem no chão soltavam faíscas, um efeito não intencional, mas que impressionou.
Mestre-Sala e Porta-Bandeira
Julinho e Rute se apresentaram com o habitual show que estão acostumados a dar, nesta noite eles já fizeram a coreografia oficial que pretendem mostrar no dia do desfile, vale mencionar a força dos movimentos e a complexidade dos mesmos. A dupla, extremamente entrosada demonstrou muita segurança e confiança no que pretendem apresentar, eles passaram com a naturalidade e o vigor de sempre, durante todas as paradas para os jurados.
Harmonia
Impecável do início ao fim, com todas as alas mantendo o ritmo e a vibração do samba, sem deixar a energia cair em nenhum momento. A performance trouxe um equilíbrio perfeito entre momentos mais cadenciados e outros de pura explosão, especialmente no pré-refrão e no refrão principal, que levantaram o público presente. O intérprete Wander Pires foi um show à parte, conduzindo com maestria e mostrando um entrosamento absoluto com a bateria “Furacão Vermelha e Branca”, sob o comando de ,estre Ciça.
Evolução
Como de praxe, organização e espontaneidade foram a marca de mais um ensaio, a comunidade esteve presente em grande número e tomou conta da extensa avenida Amaral Peixoto. As alas evoluíram com extrema leveza e brincaram com o samba, mas sem perder a organização que já é marca da escola, todos sabem seu lugar e o que devem fazer, mas mesmo assim se divertem. Alguns elementos foram utilizados para demarcar o espaço das alegorias no desfile oficial e tudo ocorreu com extrema naturalidade, assim como a presença de algumas alas coreografadas que permearam o ensaio. Nenhum problema foi observado, nem mesmo na entrada e saída da bateria do recuo.
Samba-Enredo
O samba de autoria de Paulo César Feital, Inácio Rios, Márcio André Filho, Vaguinho, Chanel, Igor Federal e Vitor Lajas foi um dos grandes destaques da noite, sendo responsável por impulsionar quesitos importantes. A condução de Wander Pires, mais uma vez, merece destaque, o intérprete, que dispensa elogios, adaptou a obra com maestria e imprimiu sua cara. O mesmo vale para a bateria comandada por mestre Ciça, o encaixe já está perfeito, mesmo com meses de antecedência para o desfile oficial.
O samba como um todo é passou de forma positiva, o jogo de palavras utilizado no refrão principal é um achado e contagia a todos, principalmente na parte “Eu tenho corpo fechado, fechado tenho meu corpo”. Outros momentos da letra merecem destaque, como o verso que abre a primeira parte do samba “Acenda tudo que for de acender”.
Outros Destaques
Como de costume, vale destacar a rainha de bateria Erika Januza, mais uma vez ela brilhou vez e foi extremamente festejada pela comunidade que já a tem como figura marcante da Viradouro. Outro destaque fica por conta da alegria dos componentes ao final do ensaio, mesmo após o fim do percurso muitos se recusaram a ir embora e ficaram curtindo junto com a bateria.