Segunda escola a realizar as gravações para o audiovisual e faixa do álbum 2025,a Dom Bosco de Itaquera contou com a extrema felicidade dos seus integrantes no coral. Não podia ser diferente, já que a agremiação irá para a avenida com o enredo “O Circo Místico das Ilusões”, desenvolvido pelo carnavalesco Fábio Gouveia. Além do coro, há de se destacar a introdução do samba-enredo feita por duas mulheres antes de o intérprete Rodrigo Xará colocar o seu grito de guerra dentro da obra. O CARNAVALESCO acompanhou de perto e conversou com pessoas que estavam na linha de frente da gravação da escola.
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Ouvir a faixa e ensaiar melhor
Antes de entrar no estúdio, o intérprete Rodrigo Xará exaltou a importância da gravação ao vivo. Para o cantor, o produto valoriza e a busca dos sambas-enredos será maior, além de sair da bolha dos sambistas. “Eu acho que é legal, é um produto que a gente tem que trabalhar cada vez mais para sair do nosso universo, para as pessoas de fora começarem a ver o nosso carnaval, consumirem mais esse produto carnaval, e acho que a parte ao vivo proporciona muito isso. O ao vivo traz bastante isso e acho que é importante. A estrutura está impecável e então vamos fazer um trabalho bem bacana. Tenho certeza que a galera vai gostar”, disse.
Ainda sobre a gravação ao vivo, Xará ponderou que a intenção é fazer com que a comunidade da Dom Bosco cante melhor o samba-enredo ao escutar a faixa, pois desta forma os componentes vão ter um desempenho satisfatório nos ensaios rumo a avenida. “A gente trabalha de uma maneira diferente para que a comunidade entenda como vai ser o samba e a largada. Nós vamos gravar da mesma forma que o samba vai para a avenida. De algo diferente a gente tem um cântico cigano de teatro, mas a gente procura deixar para a galera fixar mais fácil, já deixar do jeitinho no CD para todo mundo ouvir e ensaiar melhor”, explicou.
O cantor exaltou o trabalho que tem feito com a ‘Bateria Gloriosa’, comandada por mestre Bola, e contou que dentro da agremiação de Itaquera é tudo feito em equipe. “O mestre Bola é meu amigo pessoal e a nossa ‘Bateria Gloriosa’ é sensacional. A gente não faz nada sozinho, tudo é conversado na Dom Bosco, não tem nada que o Xará faz, ou o Bola faz, ou alguém faz. Toda a parte musical a gente conversa. A escola que escolheu esse samba e isso acho que facilita quando a agremiação já direciona”, concluiu.
Importante para a Dom Bosco, bateria ensaiada e samba fácil
Seguindo a linha do intérprete, o mestre Bola também exalta a iniciativa da Liga-SP, servindo para divulgar ainda mais o carnaval paulistano e também para a Dom Bosco, que irá disputar o Acesso 1 pela segunda vez. “Eu acho muito boa a iniciativa da Liga-SP. Com certeza vai dar mais visibilidade para o carnaval de São Paulo. Para nós da Dom Bosco também, que apesar do bom resultado nesse ano, estamos chegando agora no Acesso 1”, declarou.
Para a gravação, o experiente mestre do carnaval paulistano conta que realizou um ensaio para o trabalho ficar fácil de executar. Já com tudo feito, Bola elogiou o samba-enredo e o coral, que, de acordo com ele, é fácil de cantar. “Fizemos um ensaio especial. A gente chega aqui para não ficar demorando muito, gravar tudo direitinho e fazer tudo correto. Mas deu certo. É um samba muito bom, que foi feito pelos mesmos compositores dos outros anos. Tem uma melodia que a escola gosta e dá para se divertir bastante, tanto a bateria, como quem está cantando. O coral deu um show, a letra é fácil e vamos seguindo”, completou.
Canto fluindo e comunidade engajada
Após a gravação, o diretor de carnaval Carlos Shakila não escondeu a felicidade pelo fato da escola estar participando desse projeto, pois a Dom Bosco é uma escola jovem e está caminhando de forma correta rumo às posições maiores. O dirigente descreveu como uma ‘experiência única’ realizar o audiovisual. “Sem dúvidas uma experiência única. É a primeira vez da Dom Bosco aqui nesse formato muito bom, uma gravação ótima, escola comprometida e isso é o que vale. O povo fez questão de vir, a escola conseguiu entregar um bom canto, fazer uma gravação de primeira, o que é legal demais. Mostra que está bem organizada. Esse ano está valendo muito a pena, a gente vem de um terceiro lugar que foi maravilhoso da pista e todos estão continuando com a vibe lá em cima. Hoje provou que nosso canto está caminhando bem e isso vale muito”, afirmou.
Exaltando o samba-enredo para 2025, Shakila revelou que a agremiação realizou ensaios para marcar espaços de acordo com o que encontraria no no estúdio. “É bem engraçado porque nós escolhemos o samba há alguns meses e o pessoal gostou e comprou a ideia. Na quarta-feira nós fizemos um mini ensaio para marcar palco, marcar espaço e para o pessoal entender onde cada um ia ficar. Só que a nossa escola gosta do jogo, a nossa escola gosta de vir para apresentação. Isso é maravilhoso, fica muito mais fácil para gente que gerencia e dirige o trabalho, porque não precisa exigir muito. O povo gosta dessa loucura boa”, declarou.
Apesar de ser um dos bairros com maior número de população, Itaquera fica um tanto distante da Zona Norte de São Paulo, onde se concentra o Anhembi e a região central da cidade, que se localiza na Fábrica do Samba. Apesar disso, a comunidade da Dom Bosco não se intimida com a distância. O diretor Carlos Shakila explicou toda a logística. “Na verdade, Itaquera é perto. Vocês que estão longe da gente. Brincadeiras à parte, tem gente da nossa escola que vem de Barueri, Jabaquara, fora nosso grande público que é da Zona Leste. Para nós é o costume. A logística é boa, porque em uma sexta-feira a gente sai de lá 20h30, tranquilo mesmo, não é a mesma coisa se fosse para a pista. Se lá em uma sexta-feira no Anhembi a gente fosse a primeira escola, teria que chegar muitas horas antes, mas para nós foi bem tranquilo, deu super certo”, finalizou.