Atual campeã do Grupo Especial do Rio de Janeiro, Unidos do Viradouro realizou, na noite do último domingo, o seu primeiro ensaio de rua da temporada rumo ao carnaval de 2025. A comunidade da Vermelha e Branca de Niterói se fez presente na Avenida Ernani do Amaral Peixoto, no Centro da cidade, com a crença de brigar forte pelo bicampeonato consecutivo. A escola será a terceira a desfilar no domingo de carnaval, com o enredo “Malunguinho: O Mensageiro de Três Mundos”, que será desenvolvido pelo carnavalesco Tarcísio Zanon.

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Fotos: Gabriel Gomes/CARNAVALESCO

No ensaio da Viradouro no último domingo, foi possível perceber o desejo e esperança no bicampeonato consecutivo, feito que não ocorre no carnaval do Rio de Janeiro desde 2008, com a Beija-Flor de Nilópolis. Em entrevista ao CARNAVALESCO, o diretor-executivo da Viradouro, Marcelinho Calil, falou sobre o início da temporada de ensaios de rua e a busca por manter o alto nível.

Viradouro 2025: arrancada e ala a ala no ensaio de rua

“Os ensaios tem o seu seu tempo, seu processo de maturação. A gente tem que chegar no ápice em março e hoje, inicia-se uma nova etapa dessa construção de carnaval. Eu sei que a exigência é grande, eu sei que todo mundo quer ver todo ensaio maravilhoso. Do que eu tenho visto na terça-feira, talvez, a gente nunca tenha tido um processo com uma química tão boa de escolha de samba, bateria, carro de som, em uma velocidade tão rápida. A expectativa é positiva, musicalmente falando, da comunidade que já está cantando para caramba. A expectativa para novembro é que a gente faça um grande ensaio de novembro. Vamos ter paciência para que a gente consiga chegar em março daquele jeito arrebatador que está todo mundo acostumado a ver da Viradouro. Não fujo da responsabilidade de ser a atual campeã e líder do ranking, traz os olhares pra cá naturalmente, como algumas outras escolas também tem. Grande trabalho, mas sabendo que estamos em novembro, tá perto, mas ainda assim temos um tempo para amadurecer alguns pontos”, disse.

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Diretor-executivo da Viradouro, Marcelinho Calil

“O ponto alto da Viradouro, desde 2019, é o conjunto. A Viradouro é o que é, se tornou o que se tornou pelo conjunto, pelo time. Desde que eu assumi, eu falo isso, vou falar novamente: aqui não tem uma estrela, esse é o grande ponto. A estrela maior é a Viradouro e a Viradouro vai fazer um carnaval maravilhoso no próximo ano e com toda certeza, vai brigar por mais um título”, completou Marcelinho Calil.

Um dos diretores de carnaval da Viradouro, Dudu Falcão, também falou sobre o desafio da escola de manter o alto nível dos últimos anos. Dudu ressaltou a qualidade do samba-enredo que a Vermelha e Branca levará para a avenida no próximo carnaval.

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Um dos diretores de carnaval da Viradouro, Dudu Falcão

“A expectativa é sempre a melhor. A Viradouro gosta do ensaio de rua, da presidência ao último componente que passa na avenida. Temos hoje um grande samba e não tem nada melhor que comprovar o quanto esse samba é bom do que cantando aqui na Amaral Peixoto. A Viradouro é muito coletiva, é um todo. Nós tentamos sempre fortalecer cada quesito, cada ponto da escola. Mas, vocês podem esperar novamente uma grande plástica do Tarcísio Zanon, um enredo muito bem contado e, principalmente, um samba muito bem cantado pela comunidade”, salientou Dudu Falcão.

Bateria prepara bossa com novo instrumento

Rumo ao 16º carnaval à frente da bateria Furacão Vermelho e Branco, mestre Ciça falou sobre a expectativa para o carnaval de 2025. Ele revelou que a bateria da Viradouro prepara uma bossa, que ainda será ensaiada na Amaral Peixoto, com um novo instrumento.

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Mestre Ciça

“Aqui, a gente começa a fazer algumas experiências. É o primeiro dia. Sempre tem umas oscilações, faz parte. Mas, a gente está fazendo as coisas devagarinho, acho que daqui a duas, três semanas a gente vai estar com o projeto que a gente vai fazer na Sapucaí. No primeiro ensaio, a preocupação é mais com o andamento e algumas bossas. A gente está cobrando das pessoas, o pessoal da bateria, para poder participar mais, é sempre bom a gente adiantar esse processo. O andamento é muito confortável, muito bom. A gente vai fazer uma bossa legal, com uma experiência com outro instrumento. Eu não posso falar agora, mas a gente vai botar em prática aqui na Amaral Peixoto daqui a umas três semanas, acho que vai ser o ponto forte”, disse mestre Ciça.

Casal inicia mais uma etapa de preparação para o carnaval de 2025

Após mais um carnaval conquistando os 40 pontos, o casal de mestre-sala e porta-bandeira da Viradouro, Julinho Nascimento e Rute Alves, iniciou, com os ensaios de rua, mais uma etapa do processo de preparação para os desfiles. O casal comentou sobre a expectativa para o próximo carnaval e os segredos para se manter tanto tempo em alto nível.

“A gente se apresenta esse ano lá em março, mas aí vem várias etapas, a gente já começa a estudar quando se anuncia o enredo, é quando sai a sinopse, depois a gente já começa a ensaiar mesmo sem nenhum samba. Esse é mais um processo muito importante, que é aqui que a gente começa a ver, a sentir o que a gente está preparando nos ensaios. A gente tem a continuidade, não é como na quadra que é um espaço parado. Aqui, a gente pega ritmo de avenida, e a gente começa também a mostrar um pouquinho da coreografia”, disse Rute.

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Casal de mestre-sala e porta-bandeira da Viradouro, Julinho Nascimento e Rute Alves

“Eu e a Rute a gente se cobra muito, não sei se cobra até além, mas eu acho que todo esforço, todo pensamento em querer apresentar sempre o melhor que a gente possa apresentar é válido. Cada ano é um ano, cada carnaval é um carnaval, não tem essa de ficar em zona de conforto porque de repente teve sucesso, ou porque a escola foi campeã. A gente sempre está buscando melhorar, sempre estudando. Os nossos ensaios são por etapas e aqui é mais uma, a gente começa a sentir o frisson, a emoção de estar em desfile com o povo assistindo, com a escola com essa sensação de parecer que vai entrar na avenida”, completou Julinho.

Wander Pires se sente abraçado pela comunidade 

Rumo ao terceiro carnaval na Unidos do Viradouro, o segundo consecutivo, Wander Pires viveu um grande desafio, no último carnaval, ao substituir o intérprete Zé Paulo Sierra, com grande identificação após dez anos na escola. Wander comentou ao CARNAVALESCO sobre o desafio da transição e a aceitação da comunidade.

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Intérprete Wander Pires

“Foi difícil substituir Zé Paulo Sierra após nove anos no carro de som da Viradouro, eu pedi muita força a Deus. O segredo para ser bem recepcionado foi a força de Deus, antes de qualquer coisa, e a minha relação com o público, o meu jeito de ser, de sempre procurar emocionar e cativar as pessoas. Acho que isso contou muito, foi um ponto muito importante para a nossa aceitação. O carinho, o amor e o respeito pelas pessoas, sempre tratando as pessoas com igualdade, sempre que eu posso atender e falar, esse foi o segredo”, disse Wander.

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O intérprete também falou sobre a expectativa para o carnaval de 2025 e o sentimento de permanecer mais um ano na Viradouro. “Tenho um sentimento de amor, carinho, respeito e dever cumprido pelo ano passado. Agora, respeitando as demais escolas, vamos buscar esse título novamente. Estamos trabalhando muito sério, faltam alguns detalhes para serem ajustados e testados. No carnaval passado, o samba me dava muitos caminhos para criar. Neste ano, é a mesma coisa, vamos criar algumas coisinhas, mas sem fazer nada em excesso. É um prazer incrível ter recebido o convite e estar à frente da ala musical da Viradouro, estou muito feliz e me realizando”, comentou.

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A Unidos do Viradouro será a terceira a desfilar no domingo de carnaval, com o enredo “Malunguinho: O Mensageiro de Três Mundos”, que será desenvolvido pelo carnavalesco Tarcísio Zanon.

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