A Unidos de Padre Miguel, campeã da Série Ouro em 2024, recebeu na festa de aniversário de 67 anos um “grande abraço” de todas escolas de samba do Grupo Especial, na noite da última quinta-feira, na Vila Vintém, Zona Oeste do Rio. Pela primera vez, todas 11 agremiações estiveram juntos na quadra do Boi Vermelho, que há 52 anos participou dos desfiles na na elite do carnaval carioca, mas que no modelo administrado pela Liesa, estreará no ano que vem. A escola abre os desfiles, no domingo de carnaval, e levará para a Marquês de Sapucaí o enredo Egbé Iyá Nassô, de autoria dos carnavalescos Alexandre Lousada e Lucas Milato. O enredo promete uma viagem pela história e tradição afro-brasileira, ao destacar o legado de Iyá Nassô e o papel fundamental do Ilê Axé Iyá Nassô Oká, considerado o mais antigo templo afro-brasileiro ainda em funcionamento.
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Ao CARNAVALESCO, a diretora de carnaval, Lara Mara, única mulher no cargo no Grupo Especial, disse ter realizado um sonho ao receber todas agremiações na quadra da escola.
“Essa festa é uma realização de um sonho. Festa de sambista feita para sambista. Achamos uma forma de celebrar nossos 67 anos e também todo carinho e recepção que as coirmãs do Grupo Especial tiveram com a gente. O samba é união. Fico muito feliz de poder viver esse momento com a minha comunidade. Nós merecemos muito o que estamos vivendo. Eu acho que estamos empreendendo e fazendo um belo trabalho”, disse Lara Mara, que apresentou Mariana Ribeiro, a Mari Mola, que foi rainha do Carnaval 2023 e era musa do Tuiuti, como destaque performático para o desfile de 2025.
Ao lado da filha Lara Mara, Cícero Costa comanda a direção de carnaval da Unidos de Padre Miguel. Ao CARNAVALESCO, ele falou do trabalho para o desfile do ano que vem.
“Podem esperar uma escola aguerrida, valente, sem medo de ser feliz. A gente está trabalhando para que possamos abrir os desfiles jogando sarrafo lá no alto. Temos um samba valente. Podem esperar alegorias imponentes e alegorias bem acabadas. O pilar da Unidos de Padre Miguel é a sua comunidade”, disse o diretor.
A UPM, como é carinhosamente chamada pelos sambistas, fez um grande show, que durou 1 hora. Participaram todos os segmentos, no fim da festa, um grande bolo foi servido para comunidade. Em suas apresentações na festa, as demais escolas do Grupo Especial cantaram sambas exaltação, obras inesquecíveis, e, claro, os sambas-enredo oficiais para o Carnaval 2025.
Muito emocionado, mestre Dinho destacou a união da escola e da comunidade nesse retorno ao Grupo Especial. “Eu tenho muitos anos dentro da escola. Na verdade, eu me criei dentro da Unidos. Hoje, a gente a sensação de estar no Especial é maravilhosa. Como diz no slogan: ‘aqui, se aprende a amar o samba’. Essa é a verdade. É uma escola de sambistas”, afirmou o comandante da bateria “Guerreiros”.
O experiente intérprete Bruno Ribas, ressaltou a emoção de viver todo o processo de produção do Carnaval 2025 da Unidos de padre Miguel no Grupo Especial.
“Estou orgulhoso. Não estou agora na UPM, desde 2001 que dou muita contribuição para escola. É satisfação total desfilarmos no Grupo Especial em 2025”.
Com a responsabilidade de dançar no Grupo Especial, o casal de mestre-sala e porta-bandeira da UPM, Vinícius e Jéssica (já dançou no grupo pela Renascer de Jacarepaguá), está trabalhando a todo vapor, com muito foco em apresentar a dança tradicional do quesito, que é tão pedida pelos julgadores. “Esse sentimento é muito bom ter. É novo. Algo que a gente se emociona. A essência a gente não pode perder. Ela é a mesma. Mas, é um sonho realizado poder estar no Grupo Especial com a nossa escola”, comentou a porta-bandeira.
“Todo evento que tem aqui, eu não sei decifrar.A gente batalhou muito por esse momento. Qualquer coisa que eu vá dizer não é o suficiente perante a tudo que eu estou vivendo. É a minha escola. O que a gente pode mudar para o Grupo Especial é dançar mais, treinar mais”, completou o mestre-sala.
Responsáveis pelo desfile de 2025 da UPM, os carnavalescos Alexandre Louzada e Lucas Milato, explicaram o momento vivido por eles na escola e a importância da recepção carinhosa de todas agremiações do Grupo Especial.
“Por incrível que pareça me lembro muito da primeira e única passagem da UPM no Grupo Especial há mais de 50 anos. Sei que o nosso caminho é árduo, mas considero um presente. Pela relação com a comunicação e por ter conhecido o Lucas Milato. É um parceiro. Somos amigos e temos pensamento parecidos. Toda minha carreira, talvez, seja uma das melhores experiências que estou vivendo em termos de construção. Aqui, tem uma questão mais humana. A escola é grande. Estão seguindo os moldes de organização de barracão e cada vez mais estão incluídos no grupo de quem faz carnaval com seriedade e muito trabalho”, afirmou Louzada, que possui seis títulos na elite do carnaval carioca.
Há dois anos na escola, o jovem artista, Lucas Milato, contou o que representa para ele ver a UPM no Especial e o que está sendo preparado para o desfile do ano que vem. “Quando cheguei na escola já tinha dimensão da estutura dela e sua importãncia para o carnaval. Ela é muito amada. Hoje, eu sinto muita gratidão e felicidade de estar na escola, que é muito estruturada, escuta os profissionais, e arrisco falar que é a que mais oferece liberdade artística para seus profissionais. Torço que continue nesse caminho de vitórias e evolução. A Unidos é uma escola de afeto. Ela distribui muito amor e carinho. Nunca tinha visto uma comunidade como essa. É muito apaixoada, oferece muita força para o nosso trabalho. Sem dúvida, é um dos grandes pilares”, garantiu Milato.