Presidente do Barroca Zona Sul desde 2014, a história de Ewerton Rodrigo Ramos Sampaio, o Cebolinha, está intimamente ligada à escola. A começar pela própria família: ele filho de Gerado Sampaio Neto, o Borjão, falecido no início de 2024 e mandatário da verde e rosa em quatro oportunidades. O atual dirigente, entretanto, cada vez mais busca estruturar a agremiação para mantê-la competitiva. Com estilo próprio de comando, o principal nome da atualidade barroquense concedeu uma entrevista exclusiva ao CARNAVALESCO para abordar o atual cenário no qual a verde e rosa está inserida.
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Estruturação
Se a comunidade é um patrimônio incontável de uma escola de samba, a quadra e toda a estrutura da agremiação são bens que deixam claro o poderia de uma instituição ligada ao carnaval. O grande sonho de muitas entidades ligadas à folia de Momo é, por sinal, conquistar o próprio terreiro; as que já possuem sempre se referem ao próprio espaço como uma imensa conquista.
Em 2019, o Barroca Zona Sul inaugurou a Arena Neguinha – atual quadra da agremiação, situada no Jabaquara, a cerca de um quilômetro da estação mais ao sul da Linha Azul do metrô paulistano. Desde então, pouco a pouco, o espaço foi se tornando ainda mais adequado para a instituição. No dia 09 de junho, data em que aconteceu o lançamento do enredo da escola para 2025, pela primeira vez a Tudo Nosso (bateria da verde e rosa) tocou em um espaço com arquibancas – o que facilita na organização e na visualização de comandos dados pelo mestre e por diretores.
Cebolinha deixou clara a preocupação da diretoria do Barroca em passar bem-estar para todos que frequentam a Arena Neguinha: “Na realidade, a gente sempre busca o melhor conforto para o nosso componente. A gente sempre está buscando a melhoria. Todo ano a gente quer melhorar. Então, todo ano que a gente puder melhorar e atrair o nosso componente, nós faremos isso. Se o nosso componente ficar mais confortável, é algo bem vindo. Isso aí é o que o Barroca gosta: é dar conforto para o seu componente”, comentou.
Escolha surpreendente
No evento em que todas as escolas da Liga-SP definiram a ordem dos desfiles de 2025, muitos se espantaram com a escolha barroquense. Nona escola a escolher dia e horário, Cebolinha anunciou que a escolha seria, novamente, ser a segunda escola a se apresentar na sexta-feira de carnaval.
Em entrevista para o CARNAVALESCO no minidesfile que marca o evento do lançamento do CD dos sambas-enredo da Liga-SP, no dia 03 de dezembro, o próprio presidente revelava certa preocupação com a mesmíssima noite e horário: “Ser a segunda a desfilar na sexta não incomoda. Na realidade, qualquer horário para nós é bom. A gente só fica um pouco preocupado por conta da logística de sexta-feira: trânsito, uma escola que vem da Zona Sul… de repente, queríamos um horário mais tarde. Mas estamos preparados para ser a segunda escola. Em 2020, fomos a primeira escola da sexta-feira e chegamos no horário. Está bem tranquilo, é logística, é trabalhar (e vai ser um trabalho mais intenso), mas vamos desenrolar isso”, comentou.
Um semestre depois, o mandatário mostrou-se bem mais tranquilo após escolher repetir a ordem de desfile por conta de todo o planejamento realizado: “Para 2025, a gente vai trabalhar em cima da logística que a gente trabalhou neste ano. E eu acho que a logística deu certo. A logística da Zona Sul para a Zona Norte é um pouco difícil, mas esse ano deu certo – e a gente quer repetir isso aí. Acho que quem busca desafios, quem quer conquistar alguma coisa, não tem o que temer horário, dia de sirene, ser a primeira ou ser a última. É engajar – e, se a escola estiver preparada mesmo, ela tem que desenvolver o processo e fazer acontecer”, destacou.
Com o enredo “Os Nove Oruns de Iansã”, desenvolvido pelo carnavalesco Pedro Magoo, a agremiação voltará a abordar temáticas que são comuns à agremiação, de acordo com a visão do próprio presidente: “Acho que é uma característica do Barroca como um todo. A escola tem uma linhagem mais voltada para temas ligados a assuntos de grupos minoritários. O Barroca gosta de falar disso e o componente gosta de enredos assim. É uma escola mais trabalhada nessa linha, e eu acho que essa energia… o Barroca é muito uma escola de energia! Quando você trabalha todas essas questões (ou seja, tudo que vem de energia, energia, energia e energia), a gente tem a cara do Barroca. O Barroca é aquela escola de vibração e energia”, finalizou Cebolinha.