Em entrevista ao CARNAVALESCO, Eduardo Paes, atual prefeito do Rio de Janeiro e candidato à reeleição pelo PSD, ressaltou a importância do carnaval para a economia da cidade, destacando os R$ 500 milhões em impostos arrecadados em 2024 e a geração de 50 mil empregos. Paes defendeu a continuidade das parcerias com as escolas de samba, blocos e empresas para fortalecer o evento e impulsionar ainda mais o turismo.

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Além disso, o prefeito afirmou que as obras da Cidade do Samba 2 já começaram e destacou seu compromisso em melhorar a infraestrutura para todas as agremiações, independentemente do grupo ao qual pertencem. Paes também enfatizou as reformas já realizadas no Sambódromo e a necessidade de novas intervenções para melhorar as instalações e ampliar o uso do espaço, não apenas durante o carnaval, mas também para outros eventos ao longo do ano. Confira a entrevista completa com Eduardo Paes.

O carnaval é o principal evento da cidade e traz um retorno em impostos que ajuda o Rio o ano todo. Eleito prefeito como você pretende fomentar o maior evento cultural da cidade?

“Além ser um apaixonado por samba e carnaval, à frente da administração da cidade o meu dever é olhar para o evento como importante ativo econômico para o Rio. De 2017 a 2020, passamos por um período de dificuldades nessa festa justamente porque quem comandava a prefeitura não tinha esse entendimento e, o pior, não respeitava essa celebração que é a maior manifestação cultural do planeta. Assim que retornei, dei início a um trabalho de recuperação. E conseguimos! Em 2024, o carnaval registrou cifras recordes: foram R$ 5 bilhões de movimentação econômica e R$ 500 milhões em impostos arrecadados. Somente em arrecadação de Impostos sobre Serviços (ISS) relacionados ao Turismo saltamos de R$ 25,7 milhões, em 2023, para R$ 40 milhões no ano seguinte. Além de gerarmos 50 mil postos de trabalho. Esses números, que têm crescido a cada ano, só foram possíveis graças à retomada da parceria e o incentivo constante da prefeitura com as escolas de samba, blocos e todos os responsáveis por fazer do Carnaval do Rio essa festa única. E o nosso compromisso vai continuar, isso é certo. Vejo hoje as ligas das escolas passando por um processo de modernização, com novas ideias e colhendo bons resultados. E isso me motiva a cada vez mais seguir com essa parceria para tornar as escolas e blocos cada vez mais fortes”.

As obras da Cidade do Samba 2 já começaram. Mas são muitas agremiações em outros grupos que não tem um teto digno para construir seu carnaval. Sua candidatura tem alguma proposta para essas comunidades?

“Hoje, a Cidade do Samba 2 é uma realidade, com suas obras iniciadas, em um local privilegiado, no terreno da Estação da Leopoldina, e com toda a infraestrutura que as escolas merecem. E vamos seguir avançando. O ideal é que as agremiações, independentemente ao grupo que pertençam, tenham uma infraestrutura e a minha gestão vai estar disposta a ajudá-las”.

O Sambódromo completou 40 anos em 2024. Obras de infraestrutura no local são pedidas há anos. Há previsão de alguma intervenção no equipamento caso você seja o prefeito?

“Ao longo dos meus governos, o Sambódromo foi constantemente reformado. Basta lembrar que em 2012 ampliamos capacidade da Marquês de Sapucaí, que passou de 60 mil para 72.500 lugares, e finalmente deixamos a Passarela do Samba como projetou Oscar Niemeyer. E neste mandato, assim que assumi a prefeitura começamos a fazer uma reforma no Sambódromo e a entregamos em fevereiro de 2022. Fizemos a recuperação e fresagem da pista, instalamos a iluminação cênica que trouxe um novo brilho para os desfiles, melhoramos a drenagem para evitar a formação de bolsões d`água, aumentamos o número de caixas de ralo de 33 para 70, além de outras ações de impermeabilização, troca de hidrantes e materiais de combate a incêndios e a instalação do castelo d`água no setor 7, algo há muito pedido. Neste ano, fizemos mais obras de melhoria de drenagem. E, atualmente, temos um projeto para novas intervenções em tramitação na Riourbe para realizarmos a reforma dos banheiros e das instalações hidráulicas. O Sambódromo há muito deixou de ser um local dedicado exclusivamente aos desfiles das escolas de samba para também ser uma opção para a realização de diversos eventos durante o ano, o que só aumenta a importância de todas essas melhorias que temos feito”.

A subvenção para as escolas de samba será mantida na sua gestão? Há previsão de aumento? Você pensa em usar as quadras das agremiações para atividades e projetos sociais da prefeitura?

“Esse investimento que a Prefeitura do Rio faz nas escolas vem, principalmente, do reconhecimento da importância delas para a cultura e para a economia da cidade. Por isso, a obrigação da cidade é continuar com esse investimento, que tem um incrível retorno para os cofres públicos e para a imagem do Rio.Além do patrocínio com a festa, a prefeitura oferece apoio com os serviços municipais: Guarda Municipal, Comlurb, CET-Rio. E, sobre a realização de atividades e projetos sociais do município nas quadras das escolas, ela já acontece. Para citar só alguns exemplos…Mantemos uma Cozinha Comunitária na Mangueira. A Secretaria de Saúde faz diversas ações de promoção de saúde nas quadras para as comunidades, como vacinação além do monitoramento da saúde dos sambistas, como ocorre com as baianas do Salgueiro. O projeto Rio Em Forma, da Secretaria de Esportes, está presente em algumas quadras como na Vizinha Faladeira, Unidos do Jacarezinho, União da Ilha, Lins Imperial. A Secretaria de Trabalho já realizou alguns de seus projetos, Trabalha Rio e Rio+Cursos, nas quadras da Mangueira e da Estácio. Agora, precisamos dar continuidade a essas ações e vamos fazer”.

Quais as suas ideias para o fomento do carnaval de rua e como equilibrar os mega-blocos durante o carnaval com a vida da cidade?

“Vamos continuar a fazer o que temos feito: parceria com a iniciativa privada para darmos toda a infraestrutura ao carnaval de rua e aos blocos, além de investimentos de recursos diretos e o constante diálogo para melhorarmos ainda mais esta festa. Levar parte dos chamados megablocos para desfilar no Centro já foi uma solução, debatida entre todos, que trouxe um equilíbrio tanto para os foliões, que ganharam mais espaço e comodidade, quanto para os moradores da Zona Sul, que tiveram uma redução do impacto do desfile dos blocos nestes bairros. Foi um sucesso e todos ganharam. A busca pelas melhores soluções para o engrandecimento desta festa cultural é constante e sempre fazemos na base do diálogo”.