Compositores: Júlio Alves, Marcelo Adnet, Rafael Zimmermann, Didi Tupinambá, Américo Genésio GG e Daniel Paixão
A Vila desponta, o medo confronta
Afronta esse chão sombrio
Quem sabe rezar, melhor começar
Meu povo dá arrepio
O maquinista do trem, um rabugento sem par
Parece alma do além, começa a desembestar
Não sei se ainda tenho coragem
Mas vou ver nessa viagem
Se alguém pode me emprestar
Chega na mata e o condenado freia
A noite de lua cheia me traz calafrio
Ouço um grito alucinante
Que faz tremer sem sentir frio
EU VI, VI LÁ
UM FANTASMA PASSAGEIRO
QUE PENSOU SER MARINHEIRO
MAS NÃO SABIA NADAR
ENFEITIÇADO, QUASE QUE SE AFOGA
SAMBANDO SE JOGA NO RIO OU NO MAR
Gaiola encantada na beira da praia
E a alma penada do nada desmaia
O trem descarrilha em meio a fumaça
Estou uma pilha e o medo não passa
Cruz credo! Mais um susto e um gemido
Malassombro atrevido
Credo em cruz, mas que pavor
Meu Deus, tenho sangue no pescoço
Eu ainda sou tão moço
Acelera condutor
Ôôô… Por temor ou por capricho
Vou mandar soltar o bicho
Essa avenida é minha
Ôôôô… Deixa o caldeirão ferver
E se a bruxa aparecer
Acabou, é fim da linha
O TAMBOR DA VILA TEM FEITIÇO
TÔ POR CONTA DO CATIÇO, QUERO VER SEGURAR
SE ESTA NOITE O APAVORO TOMA A PISTA
QUEM TEM ALMA DE SAMBISTA
NINGUÉM PODE ASSOMBRAR