A nova diretoria da Liesa foi apresentada nesta sexta-feira pela manhã na sede da entidade, no Centro do Rio. Após a eleição do novo presidente, Gabriel David, foram apresentados os outros novos diretores da Liga, entre eles, João Felipe Drumond, o novo diretor financeiro. Neto de Luizinho Drummond, ele relembra que foi nesta mesma função que seu avô exerceu ao entrar na Liga, um motivo de orgulho para ele, que quer brigar pelo ajuste do fluxo de pagamentos para as escolas, e promete trazer a experiência adquirida na Imperatriz para a sua gestão, conforme explicou na entrevista dada ao CARNAVALESCO.

João começou falando sobre ter sido escolhido para cuidar da parte financeira da Liga, e o quanto ele se orgulha com esse fato, além de já apontar o quanto as questões financeiras são importantes na indústria do carnaval, e como que a Liesa deve atuar sempre em favor das agremiações:

gabriel joao
Foto: Maria Clara Marcelo/Site CARNAVALESCO

“Para mim é um orgulho muito grande, por uma série de questões. Primeiro, porque eu sou apaixonado pelo carnaval, sou apaixonado pelo que eu faço. Eu conheço o dia a dia das escolas, eu sei o quanto o financeiro da Liesa impacta na produção no carnaval de uma escola de samba, na condição de trabalho de um funcionário de uma escola de samba, no espetáculo, no resultado artístico que uma escola de samba leva para a avenida. Eu sei da importância da minha missão dentro dessa casa para, junto à diretriz do Gabriel, do presidente da Liga, pensar soluções, pensar políticas para que a gente consiga melhorar o aspecto financeiro das escolas. Porque a Liga é uma entidade sem fins lucrativos, é uma entidade que defende unicamente, exclusivamente, os interesses das escolas. É muito importante para mim estar à frente dessa empreitada e confesso também que é uma questão também de muito orgulho pessoal entrar nessa casa na mesma função que um dia o meu avô entrou, o meu avô quando entrou na Liga entrou exercendo a mesma função que eu entro exercendo agora. É motivo de orgulho, de felicidade, mas de pé no chão, que eu sei que o trabalho é árduo, e a responsabilidade também”.

O tesoureiro também falou da experiência na Imperatriz, onde foi exerceu a mesma função que assume na Liesa e como pode aplicar os conhecimentos já utilizados na escola de Ramos de uma forma mais geral, em via de ajudar também nas necessidades das escolas de samba:

“Eu exerci durante três anos essa função na Imperatriz, e eu acho que exatamente talvez seja um dos motivos pelo qual eu estou aqui, porque eu conheço o dia a dia, eu conheço as necessidades que uma escola de samba tem. E aqui na Liga a gente tem uma missão um pouco mais difícil que é pensar, não só em uma, mas em todas as escolas, né? É claro que eu vou usar a experiência que eu tive para nortear o trabalho, mas eu estou muito bem assessorado, acho que o Gabriel tem bem definido os objetivos da gestão e eu estou aqui pra ajudar o Gabriel, para ajudar o presidente”.

Ele seguiu comentando como vai lidar também com os compromissos que possui na Imperatriz, agora que tem um cargo de muita importância na gestão do carnaval como um todo:

“É, com certeza tem um impacto, porque a disponibilidade de tempo se torna menor, né? É claro que eu não deixo de ser Imperatriz, não deixo de contribuir da forma que posso à Imperatriz, mas vou ter aí uma questão temporal que a responsabilidade vai demandar muito da minha presença dentro da Liga. É óbvio que isso vai impactar, mas pretendo, é claro, ajudar a forma que consigo lá, mas sem deixar o foco se perder. Aqui a minha missão é fazer o melhor possível para as 12 escolas”.

Ao falar sobre a gestão recém-encerrada, o dirigente destacou o legado positivo deixado, em vista de ter assumido ainda na fase final da pandemia, num período mais complicado economicamente falando, e que a instituição assim, assim como as escolas, ainda necessita de ajuda do poder público para a realização financeira do espetáculo, que tem que ser visto como investimento:

“O legado é muito positivo, principalmente, se a gente for comparar. E aí não é crítica a ninguém, acho que é um momento diferente que o carnaval vive, que o mundo vive, porque quando a gestão passada assumiu, a gente passava por um momento de pandemia, um momento muito difícil economicamente. Hoje, eu me sinto muito mais tranquilo, porque o momento é outro, o mundo já voltou a funcionar. A Liesa tem uma estabilidade muito maior do que tinha no passado mas, que é importante frisar que as escolas e a própria Liga ainda precisam muito da ajuda do poder público, a gente tem essa necessidade, não só econômica, mas eu acho que é importante frisar isso: o carnaval não é gasto, é investimento. A gente tem uma importância cultural gigantesca para a cidade e o país, e a missão é de fato, tentar melhorar ainda mais a situação para as escolas economicamente, mas principalmente, atacar a questão do fluxo de pagamento das escolas de samba que é um problema muito grande, às vezes as escolas ficam meses sem repasse e a gente tem que atacar isso de uma maneira direta, e eu acho que o grande objetivo é esse: melhorar o fluxo de pagamento para as escolas”.

Por fim, João Drummond comentou sobre como lidar com os presidentes das escolas na área financeira, já estando preparado para isso, querendo servir as agremiações da melhor forma possível, além de falar brevemente sobre a prestação de contas e o orçamento para o Carnaval de 2025:

“A prestação de contas foi aprovada pelo Conselho da gestão anterior e o orçamento para 2025 foi aprovado também pelo Conselho, e em relação a isso a gente não tem muito o que fazer nesse momento, mas estou preparado sim, a relação com todos os presidentes é ótima. Eu digo sempre que a Liga não pertence a uma pessoa, ela pertence às escolas, então no momento que eu estou exercendo um cargo na Liga, eu estou a serviço das escolas, estou disponível sempre, 24 horas as escolas, aos presidentes, e preparado para ajudar da forma que for possível”.