Com o samba na boca do torcedor independente, a Rua Coronel Tamarindo se tornou uma grande Apoteose na noite deste sábado. A obra animada e contagiante, somado a força e o potencial do intérprete Zé Paulo foram fundamentais para o ótimo desempenho harmônico da escola, que neste carnaval levará para a Marquês de Sapucaí o enredo “Pede caju que dou… Pé de caju que dá!”. O terceiro ensaio de rua da agremiação vai ocorrer no próximo sábado, às 18h, com concentração na Praça Guilherme da Silveira, em Bangu. Em 2024, a Mocidade Independente de Padre Miguel vai abrir o segundo dia de desfiles do carnaval carioca. Um dos diretores da comissão de carnaval da agremiação de Padre Miguel, Marcelo Plácido destaca o alto desempenho da comunidade durante os ensaios da escola e a força do samba para levantar a Marquês de Sapucaí.

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Fotos: Raphael Lacerda/CARNAVALESCO

“Foi um ensaio muito positivo. Deu para perceber que o canto da escola está muito forte – tanto no ensaio de rua como nos ensaios de quadra. A comunidade abraçou o samba e vem cantando bastante. Nesse ensaio estamos vendo as questões de tempo, entrada e saída de comissão de frente, bateria e casal. Ele acaba sendo muito importante nesse sentido, porque só a prática leva a perfeição. O ensaio é justamente para a gente chegar na Sapucaí com tudo certo. O enredo e esse samba são muito alegres – é um samba de explosão. Como a Mocidade vai abrir o carnaval de segunda-feira, precisávamos desse samba. O Zé Paulo, com essa energia contagiante, e o samba são um casamento perfeito. Vamos entrar na Avenida com a comunidade cantando muito e contagiando todo o público presente”, afirma Marcelo.

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Ser a primeira escola a desfilar deixa sempre os carnavalescos com um frio na barriga. Apesar da superstição que existe no mundo do samba, o intérprete Zé Paulo ressalta que a segunda-feira de carnaval será um dia recheado de grandes escolas: “Vai ferver”.

“Antes da Mocidade já passaram outras seis escolas. É a primeira de um outro dia, mas é a primeira de um dia que tem Portela, Mangueira, Tuiuti, Viradouro e Vila. Vai estar muito cheio – imagine os torcedores dessas escolas e da Mocidade. São agremiações que levam muita gente. É um dia que vai estar ‘fervendo’. É aquele negócio: colocar o pé na porta, sair entrando e ver no que vai dar – deixar a batata quente nas mãos das coirmãs. Eu acredito muito na força desse samba e no poder da comunidade – tenho muita fé nisso”, conta.

Comissão de Frente

A Mocidade foi completa para o segundo ensaio de rua. Com 12 componentes e comandada pelo coreógrafo Paulo Pinna, a comissão de frente da Verde e Branco mostrou que a preparação para o grande dia do desfile segue a todo vapor. Seguindo a proposta de um desfile alegre, o quesito abriu o ensaio de rua com uma coreografia bastante animada e sincronizada.

Mestre-sala e Porta-bandeira

Rumo a mais um ano de parceria, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Diogo Jesus e Bruna Santos, mostrou que vai mais uma vez buscar os 40 pontos. Um dos responsáveis pelo ‘salvamento’ da agremiação da Zona Oeste no último carnaval, o casal conseguiu somar uma dança leve e solta à muita conexão, sincronia, carisma e, claro, muito samba no pé.

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Harmonia

Ponto alto deste segundo ensaio de rua, a Estrela-guia da Zona Oeste mostrou mais uma vez a força de seu chão. O samba leve e explosivo contribui e muito para o canto da escola, mas não carrega sozinho a responsabilidade do sucesso: o intérprete Zé Paulo, mais uma vez, deu um show sob o comando do carro de som da Mocidade. Com muita interação com a bateria, alas e o público presente, o cantor incentivava ainda mais o canto da comunidade. No canto e animação, o destaque vai para a ala “Mercante Sorveteiro”.

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“Estou muito feliz, porque cantar aqui e ver essa comunidade feliz é muito gratificante. Sentimos a dificuldade que foi no ano passado e entendemos que o emocional estava baixo, mas todos nós conseguimos recuperar a autoestima dessa escola. O samba é uma benção, porque traduz tudo que a comunidade da Mocidade está sentindo e desejando. O que falei no início [do ensaio] não foi da boca para fora: nós vamos disputar o título. Estou em uma escola gigante, campeã do carnaval por seis vezes, com grandes desfiles e personalidades. Estou aqui para somar, sou uma peça dessa engrenagem. A Mocidade, hoje, é uma escola que tem quesito e que graças a Deus recuperou a autoestima e a vontade de fazer algo diferente. A gente pode pegar uma escola que será a primeira da segunda-feira e levá-la para um grande lugar. Só depende da gente. Acredito que vamos brigar por coisas grandes”, diz o intérprete Zé Paulo, confiante.

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Evolução

O ensaio começou às 21h04 e teve aproximadamente uma hora de duração. Para um segundo treino, que tem o foco dar início aos acertos de evolução e colocar o componente no ritmo, ele ocorreu de forma positiva e bem organizada. A Rua Cel. Tamarindo facilita o desenvolvimento da escola, e ruas paralelas chegaram a ser usadas como recuo da bateria.

“Foi um ensaio muito bom dentro do que planejamos para este momento, nosso segundo ensaio de rua. Vamos evoluindo a cada semana para chegar no nosso objetivo final, que é a execução perfeita no ensaio técnico e no desfile. Conseguimos executar boa parte de tudo que planejamos para esse ensaio. Gostei muito do canto e da alegria dos componentes – foram os destaques de hoje. A comunidade está alegre, feliz e cantando muito. Estamos buscando, cada vez mais, acertar a nossa evolução. Tenho certeza que no próximo ensaio alcançaremos esse objetivo”, comenta o diretor de harmonia da escola, Sandro de Menezes.

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Samba-enredo

Abraçado pelo torcedor independente, o samba foi muito bem conduzido pelo carro de som da agremiação e pela Não Existe mais quente. Ele é a cereja do bolo para um desfile que, de acordo com a escola, promete levantar a Marquês de Sapucaí. Apesar de inteiramente cantado pela comunidade, o refrão marca uma explosão no canto do componente. “Meu caju, meu cajueiro/ Pede um cheiro que eu dou/ O puro suco do fruto do meu amor/ É sensual, esse delírio febril/ A Mocidade é a cara do Brasil”.

Outros destaques

Destaque para a bateria do mestre Dudu, que busca gabaritar mais uma vez o quesito. Apesar do primeiro ano de Zé Paulo na Verde e Branco, a relação entre bateria e carro de som é boa – a avaliação é a mesma dentro dos dois segmentos.

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Estreante no posto de rainha de bateria, Fabíola de Andrade fala sobre a felicidade de assumir o reinado. Ex-musa da Mocidade, ela é um nome conhecido na escola há bastante tempo.

“É um momento incrível e eu estou muito feliz. Eu queria muito ser rainha há alguns anos, mas acredito que não estava preparada. Neste ano, quando tive essa oportunidade, não pensei duas vezes. Eu agarrei com as duas mãos e daqui não quero sair mais (risos). Ser rainha é algo único, principalmente da Não Existe mais quente”, conta a nova rainha de bateria.

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