Fundada em 2015 e estreante na Marquês de Sapucaí em 2024, a União de Maricá montou um time de peso para chegar com tudo na Série Ouro. Entre os grandes nomes, André Rodrigues assina o enredo “O Esperançar do Poeta” em parceria com Igor Trindade, João Vitor Silveira e Kamilla Maria.

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Fotos: Raphael Lacerda/CARNAVALESCO

Em entrevista ao site CARNAVALESCO, André Rodrigues comentou sobre a expectativa de fazer um carnaval para uma estreante na Passarela do Samba. Apesar de nova, o carnavalesco pontuou que a escola de samba é muito bem estruturada. “São movimentos para que as pessoas da própria União de Maricá não apenas sintam orgulho, mas que consigam compreender o tamanho que é esse projeto”.

“É muito doido, porque não é só uma escola que vai estrear na Sapucaí, são pessoas que nunca pisaram lá. A União de Maricá tem um mix de emoções para o próximo carnaval que vem acompanhado de um grande impulsionamento da diretoria e nosso, da parte artística, que compreende que para chegar na Sapucaí eles precisam estar muito bem representados e embasados”, contou o carnavalesco da Maricá.

Questionado sobre como surgiu a ideia do curta-metragem para lançar o enredo, André contou que gosta de formas diferentes. Através de um olhar que utilizasse meios de comunicação que fossem além dos já utilizados, surgiu a ideia inicial de fazer um monólogo. O trabalho contou com a direção de Luciano Xavier e produção de Fábio França.

“Surgiu, na verdade, com uma ideia simples. Eu gosto muito de lançar os enredos de uma maneira diferente. Uma escola de samba produz música, texto, artesanato e uma série de outras artes, e pode produzir, também, audiovisual e uma série de outros lugares que ainda não são tão explorados. A ideia inicial era que o Guará contasse essa história em um monólogo, mas fomos nos juntando e trazendo pessoas que nos deram confiança de que esse projeto poderia ser muito maior. E ele foi”, detalhou.

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O carnavalesco explicou que a ideia do enredo surgiu através da canção “Singelo Menestrel”, escrita por Guará. A partir da ideia de ter a música como tema central, a proposta foi aprimorada até chegar ao nome do compositor.

“Esse enredo surgiu há muito tempo atrás. A Kamilla Maria, que é artista e pesquisadora, me falou sobre a música e disse que tinha muito a ver com a nossa história e daria enredo. Isso porque essa música tem início, meio e fim – ela conta uma história. Desde que ela me trouxe essa ideia eu tive vontade de fazer o ‘Singelo Menestrel’ como enredo, só que eu fui encontrando outros atributos para esse enredo e entendi que a homenagem não seria só a história dessa criança que a música fala, mas, também, a história de quem compôs”, explicou André.

“Quem viveu essa história para que ela pudesse virar uma música? Esses questionamentos me levaram a essa ideia de fazer sobre o compositor. Mas uma grande virada na chave é quando eu apresento para o João – que é historiador e pesquisador – e ele me traz a pesquisa do Igor, que falava sobre o Guará”, completou.

Apesar de ser estreante na Marquês de Sapucaí, a União de Maricá tenta levar para a Avenida um carnaval forte e bonito. O carnavalesco enfatizou a contratação de grandes nomes do carnaval carioca para comentar sobre a expectativa de um desfile que brigue na parte de cima.

“É complexo dizer sobre o que é brigar. A escola tem um projeto gigantesco para os moldes do Acesso. Só que, óbvio, ela é uma escola estreante e tudo isso tem que ser pesado. Mas de ideia mesmo é um desfile que é para brigar. Não tem como uma escola contratar Wilsinho, Junior Cabeça, Giovanna e Fabrício, Patrick, e não achar que é um time competente o suficiente para brigar no Grupo de Acesso. Da minha parte é um grande desfile a se pensar e da parte deles é muito trabalho e também uma carga de pessoas muito experientes e de nota no Grupo Especial”, destacou André.

Carnavalesco da Portela em parceria com Antônio Gonzaga, André contou como consegue conciliar o tempo entre as duas agremiações. Segundo ele, a direção da Azul e Branca deu total apoio para que a dupla pudesse tocar outros projetos e chegou a ceder o barracão na Cidade do Samba para a gravação do curta-metragem.

“Na Portela eu tenho um grande parceiro que é o Antonio. Eu encontrei nele uma irmandade e parceria para que a gente conseguisse tocar o carnaval da Portela junto com a nossa vida particular. Mas isso não diminui o tempo que estamos lá. Estamos muito mais tempo lá do que em outros projetos. A diretoria da Portela abraçou a gente e nos trouxe o conforto de que poderíamos desenvolver, também, outras coisas lá dentro. Tanto que o próprio filme do enredo foi gravado dentro do barracão da Portela”, explicou.

Com o enredo “O Esperançar do Poeta”, a União de Maricá desfilará na Marquês de Sapucaí como a sexta agremiação da sexta-feira de carnaval.