A Acadêmicos do Grande Rio realizou, na noite dessa terça-feira, a primeira eliminatória do concurso de samba-enredo para o Carnaval de 2024. A reportagem do site CARNAVALESCO, como parte da série “Eliminatórias”, esteve presente e acompanhou essa fase inicial da competição promovida pela tricolor de Duque de Caxias. Ao todo, onze obras se apresentaram e cada uma teve o direito a três passadas, sendo uma sem e duas com bateria. Entre as regras previstas no regulamento da disputa, as parcerias não puderam contar com intérpretes do Grupo Especial, além de não terem a obrigação de levarem torcida. O anúncio das que seguem no páreo será feito na próxima quinta-feira, às 18h, nas redes sociais da agremiação. Já a etapa seguinte ocorrerá na terça-feira que vem, dia 19 de setembro. * OUÇA AQUI OS SAMBAS NA VERSÃO ESTÚDIO
No ano que vem, a Grande Rio será a quarta escola a cruzar o Sambódromo da Marquês de Sapucaí no domingo de Carnaval, dia 11 de fevereiro, pelo Grupo Especial. A agremiação irá em busca do segundo título de campeã da folia carioca com o enredo “Nosso destino é ser onça”, assinado pela dupla de carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora. A proposta é fazer uma reflexão sobre a simbologia da onça no cenário artístico-cultural brasileiro, tocando em temas como antropofagia e encantaria.
Parceria de Paulo Onça: O primeiro samba a se apresentar na noite de eliminatória da tricolor de Caxias foi o composto por Paulo Onça, Paulo César Feital, Jefinho Rodrigues, Marquinho Índio, Ricardo Cabral e Yedo Simões. O intérprete Bruno Ribas, voz oficial da Unidos de Padre Miguel, foi o responsável por conduzir a obra, que teve um desempenho apenas mediano na quadra. Com bandeiras e bandeirões nas cores da agremiação, a torcida se mostrou animada ao longo da apresentação, mas deixou a desejar no canto. Vale mencionar que o refrão principal, com os versos “Bate o cajado nesse chão, ôô luar/Pra fazer revolução, iluminar/Mergulhei na Grande Rio, correnteza de paixão/Lá vai meu coração”, foi o ponto alto do samba.
Parceria de Mariano Araújo: O samba assinado por Mariano Araújo, Moisés Santiago, Dionísio, Aldir Senna, Hélio Porto e Marquinho Bombeiro foi o segundo a se apresentar na primeira eliminatória da Grande Rio. O intérprete Ciganerey é quem defendeu a obra, que teve os refrões como destaque. Entre os dois, o refrão principal, com os versos “’Ruge’ o tambor! Grande Rio vira aldeia/Eu tenho garra, meu cajado é protetor/Alma guerreira de um curumim/E vou lutar prá humanidade não ter fim!”, foi o de melhor rendimento. Quanto à torcida, assim como ocorreu na primeira parceria, o grupo veio com bandeiras e bandeirões nas cores da escola. Eles demonstraram empolgação e fizeram até coreografias. Em relação ao canto, só ficava mais forte justamente nos refrões.
Parceria de Elias Bililico: A terceira obra a se apresentar na quadra foi a de autoria de Elias Bililico, Dunga, Doc Santana, Dinny da Vila, Sergio Daniel e Henrique Tannuri. O samba teve uma performance mediana, tendo como maior destaque o refrão do meio, com os versos “Auê…auê cuaraci cocar de fogo/Queima o sol no infinito nas cantigas do pajé/Auê…auê brilha a lua de jaci/Cai a noite nas batalhas de maíra e sumé/Segue a fera em seu instinto”. Outro trecho que se sobressaiu foi “Flecha de cabloco, som da mata que me guia/E o faro do animal no batuque da folia”, presente na segunda estrofe da obra, realçado graças ao desenho melódico. Em relação a torcida, a parceria trouxe um grupo pequeno. Fazendo uso de bandeiras e bandeirões nas cores da tricolor caxiense, eles cantaram e sambaram ao longo da apresentação, especialmente durante os refrões.
Parceria de Derê: A obra composta por Derê, Marcelinho Júnior, Robson Moratelli, Rafael Ribeiro, Tony Vietinã e Eduardo Queiroz foi a quarta a se apresentar na primeira eliminatória do concurso de samba-enredo promovido pela tricolor de Caxias. O intérprete Tem Tem Jr. comandou o microfone principal e teve um excelente desempenho na condução do samba na quadra. Os dois refrões se destacaram, em especial o refrão do meio, com os versos “É preta, parda é pintada feita a mão/Sussuarana no sertão que vem e vai/Maracajá, jaguatirica ou jaguar/É jaguarana, onça grande mãe e pai”. Vale mencionar também o trecho de subida para o refrão principal, com o versos “Kiô… kiô, kiô, kiô kiera/É cabocla, é mão -torta/Pé- de- boi que o chão recorta, travestida de pantera/Kiô… kiô, kiô, kiô kiera/A folia em reverência/Onde a arte é resistência/Sou Caxias, bicho fera!”, sendo outro grande momento da obra. Em relação a torcida, a parceria contou uma das maiores da noite. Com bandeiras e bandeirões nas cores da escola, eles pularam e cantaram o tempo inteiro. Houve ainda uso do recurso da chuva de papel picado e de serpentina.
Parceria de João Carlos: Na sequência das apresentações, o samba assinado por João Carlos e Isabel Fonseca foi o quinto da noite de eliminatória. Apesar dos esforços do time de cantores, a obra não rendeu na quadra, chegando a ficar arrastada na terceira e última passada. Formada por um número pequeno de pessoas, a torcida também se mostrou desanimada. O grupo até dançou e agitou as bandeiras que trouxeram como adereços de mão, mas o samba foi pouco cantado. Vale mencionar o refrão do meio, com os versos “A onça em metamorfose quem é? Sumé/O filho de andejo quem é? É jaci/Senhor do cocar de fogo quem é? É cuaraci/Cuaraci que também é poxi”, como um ponto positivo, uma vez que foi o trecho de melhor rendimento do samba.
Parceria de Thiago Mainers: O sexto samba a se apresentar na eliminatória da Grande Rio foi o de autoria de Thiago Meiners, Marco Moreno, Denilson Sodré, Bertolo, Domingos OS e Dilson Marimba. A dupla de cantores formada por Igor Sorriso e Igor Vianna defendeu com segurança a obra, que teve ótima performance na quadra. O refrão principal, com os versos “Ôôôô ôôôô/Panteão tupinambá, Grande Rio, eu sou/Kiô kiô canidé-iouue/Ouça o grito de Caxias ao rugido do tambor”, foi o maior destaque, tendo sido entoado a plenos pulmões pela torcida da parceria presente no local. Aliás, os torcedores pularam e cantaram do início ao fim da apresentação. Bastante empolgados, o grupo veio com bastões ornamentados por balões verdes, vermelhos e brancos, que serviam como adereços de mão e foram usados em diversas coreografias.
Parceria de Igor Leal: A sétima obra a se apresentar foi assinada por Igor Leal, Arlindinho Cruz, Diogo Nogueira, Inácio Rios, Igor Federal e Gustavo Clarão. O intérprete Nêgo, da União da Ilha do Governador, foi o responsável por conduzir o samba na quadra. Mesmo sem ornamentações, a torcida deu o seu recado. Eles sambaram e cantaram ao longo de toda a apresentação. Assim como o time de cantores, a maioria dos torcedores veio uniformizada com uma camisa estampada com a frase “Caxias encarna um povo devorador”, presente no refrão principal da obra. Aliás, esse refrão foi um dos pontos altos do samba. Os versos “Bate o cajado no chão… deixa rugir o tambor/Caxias encarna… um povo devorador/Pro nosso mundo não se acabar/A encruzilhada protege o luar” foram berrados pela torcida e contagiaram outras pessoas presentes no local.
Parceria de Myngal: Dando prosseguimento nas apresentações, o oitavo samba foi o composto por Myngal, Fredy Vianna, Wladi, Xandinho Nocera, Clay Siri e Felipe Mússilli. Por não se tratar de uma obrigatoriedade, a parceria optou por não trazer torcida. E, mesmo sem torcedores, a obra teve um bom desempenho na quadra. O time de cantores, que contou com a presença de Fredy Vianna, um dos autores da obra e voz oficial da Mancha Verde na folia paulistana, soube preservar as características e variações melódicas da obra, sem que ela ficasse arrastada. Destaque para o refrão principal, com os versos “Canta Caxias!/Sou indomável, selvagem Grande Rio!/Ferve o sangue felino/Farejando a vitória, escrevendo o meu destino!”, trecho de melhor performance do samba.
Parceria de Sílvio Adesoji: A nona obra a se apresentar na eliminatória da tricolor caxiense foi a de autoria de Sílvio Adesoji, Thiago de Lima, Marcos Dias, João Batista, Caio King e Naldo professor. Assim como ocorreu na parceria anterior, os compositores não trouxeram torcida. Porém, diferentemente do outro caso, o samba não conseguiu ter um bom desempenho na quadra. O trio de cantores demonstrou não estar entrosado entre si. Eles não souberam conduzir de maneira harmônica a obra, o que prejudicou a performance. Vale citar com um ponto alto o refrão do meio, com os versos “E aí vem Tupã manda descer o aguaceiro/Confronta o fogo valente guerreiro/Cordilheiras e mares deu a onça liberdade/Assim que nasceu a terceira humanidade”, um dos únicos trechos que funcionaram na apresentação.
Parceria de Edson Brasil: Composto por Edson Brasil, Rui Vaz, Adê Zorahia, Nilmar Romano, Sérgio Bebeto Português e Marina, o décimo samba a se apresentar na primeira eliminatória da disputa promovida pela Grande Rio teve um desempenho mediano na quadra. Os refrões funcionarem bem, especialmente o principal, com os versos “A luz encadeia minha poesia/Grande Rio eu sou caxias/Nas garras da onça a realidade/Índio por convicção/Caraiba por necessidade”. No entanto, as estrofes longas contribuíram para que a obra sofresse uma queda de rendimento acentuada entre eles. Em relação a torcida, apesar de pequena em quantidade de pessoas, ela não fez feio. Ornamentados com bandeiras nas cores da agremiação, além de balões coloridos, os torcedores dançaram e cantaram o tempo inteiro.
Parceria de João Diniz: O samba assinado por João Diniz, Jailson da Grande Rio, Fabrício Fontes, Fred Camacho, Diego Nicolau e Francisco Aquino encerrou as apresentações na primeira eliminatória promovida pela escola. A obra contou com um time estrelado de cantores, formado por nomes como Thiago Brito, Leozinho Nunes e Diego Nicolau, este último também um dos compositores. Os intérpretes souberam conduzir o samba de uma forma “para cima”, sem que ocorresse prejuízo ao desenho melódico. Prova disso foi o refrão principal, com os versos “Grande Rio vira onça, vira que eu quero ver/Homem-bicho,bicho-homem/ Tenho fome de vencer/Resistir é lutar, sob a luz do luar/ O cajado bater”. Quanto à torcida, a parceria trouxe uma quantidade pequena de pessoas. A maioria delas veio com bandeirões nas cores da tricolor caxiense. Os torcedores também não deixaram de cantar, principalmente, nos refrões.