Compositores: Paulo Onça, Paulo Cesar Feital, Jefinho Rodrigues, Marquinho Índio, Ricardo Cabral, Yedo Simões
A criação do mundo é encantaria
Que o Velho Deus, supremo, fez brilhar
Viver é metafórica antropofagia
Herança da visão tupinambá
Sumé, o avesso de Maíra, tão soberano
É a onça que se hospeda em cada ser humano
O caos fez a dor navegar
Carrancas rugem no mar
Fantasmas atracam no “cais” da aldeia
É aí que Cuaracy no firmamento foi reinar
No infinito com Jaci foi namorar
Que engravidada de amor, clareia!
Urucum e jenipapo tingem o corpo Brasileiro
Somos todos uma tribo sob a luz desse cruzeiro
Pataxós, kamaiurás, guajajaras, guaranis
Frutos nativos da mesma raiz
É ponto de caboclo, versos de cordel
É côco e barroco, som de menestrel
Na arte nordestina, patente nacional
A onça é Suassuna entidade armorial
O povo, de alma felina, devora a maldade, a ingratidão
E o samba, em prantos germina
A rosa vermelha da libertação
Bate o cajado nesse chão, ôô luar
Pra fazer revolução, iluminar
Mergulhei na grande Rio, correnteza de paixão
Lá vai meu coração