O Tatuapé chega para o sorteio da ordem dos desfiles do Grupo Especial de São Paulo, a ser realizado nesta segunda-feira, na Fábrica do Samba, após dar a volta por cima dos problemas enfrentados no ano anterior com o quarto lugar no carnaval de 2023. Uma das primeiras escolas a anunciar seu enredo, a escola da Zona Leste levará para a Avenida “Mata de São João – Uma joia da Bahia, símbolo de preservação! Entre cantos e tambores. Viva a Mata de São João!”, tema em homenagem à cidade onde fica o famoso distrito da Costa do Sauipe.
A equipe do site CARNAVALESCO conversou com Edu Sambista, diretor de harmonia da Tatuapé e com Diego e Jussara, primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, sobre as expectativas para o sorteio e os preparativos para o concurso do próximo ano.
Escola que ouve e cuida sua comunidade
Edu Sambista contou como foi o desafio de desfilar como a segunda escola em 2023, posição definida previamente pelo antigo regulamento para a 12ª colocada do carnaval de 2022. O diretor garante que a Tatuapé está preparada para qualquer que seja posição de desfile, mas deixou claro quais são as preferências da agremiação.
“Na verdade, nós preparamos a nossa comunidade para desfilar em qualquer horário, como na vida, tudo tem o lado positivo como o lado negativo. Ser a segunda escola a desfilar na sexta-feira, requer uma preparação diferenciada, pois estamos falando de um dia útil de trabalho e ao mesmo tempo estamos falando de um dia que praticamente é o início de um feriado prolongado onde as imediações do sambódromo ficam completamente congestionadas, nesse caso, a maior dificuldade em ser a segunda escola é conseguir chegar com a sua comunidade inteira para o desfile no horário correto. Nossa preferência é que tenhamos uma posição mediana”, declarou o dirigente.
Os mínimos detalhes são levados a sério dentro do Tatuapé. Edu explicou a respeito dos aspectos a posição de desfile impactam nos preparativos de uma escola para seu desfile.
“A posição impacta em diversos pontos porque estamos falando de horários distintos que adentram a madrugada, pois temos pessoas de todas as idades desfilando, desde crianças até senhores e senhoras e chega um determinado momento que o cansaço começa a influenciar caso não seja feita uma preparação específica. Outro ponto que tem que ser trabalhado com cuidado é a questão do consumo de bebidas alcoólicas antes do desfile, pois alguns componentes acabam extrapolando. A distância pode atrapalhar se a logística não foi bem executada”, explicou.
Uma curiosidade que passa despercebida pelos olhares menos atentos é a predileção dos Acadêmicos do Tatuapé por desfilar no primeiro dia de desfiles, algo incomum nas cidades em que se divide as apresentações de um grupo em duas. Mesmo nos dois anos em que a escola teve direito a escolher a posição de desfile por ser campeã, sexta-feira foi o dia escolhido. Edu Sambista explicou que é algo feito em respeito à uma preferência da própria comunidade.
“Com relação a desfilar na sexta-feira de carnaval, não há nenhum segredo por trás disso, apenas é uma preferência da nossa comunidade mesmo, é simplesmente, uma questão de opção da nossa comunidade”, finalizou.
O consagrado primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira dos Acadêmicos do Tatuapé, formado por Diego do Nascimento e Jussara de Sousa, gabaritou os 40 pontos nos mais diferentes horários de desfile. O casal explicou as diferenças que há para a dupla em desfilar em horários mais tardios, mas a preferência de posição de desfile deixa clara a longa experiência deles.
“Não encaramos como impacto, o que entendemos é que o preparo para o desfile muda de acordo com o horário. Por exemplo num desfile pela manhã precisamos levar em consideração os fatores naturais como temperatura, luz solar, fatores físicos como cansaço pelo horário, temperatura do corpo com a fantasia e contato com o sol. E também o preparo psicológico, para controlar a ansiedade de aguardar. Considerando esses fatores, temos como preferência de ser a 5ª escola a desfilar”, declararam.
Também questionados sobre a preferência do Tatuapé por desfilar na sexta-feira, Diego e Jussara explicaram que para o casal não há influência qual dia da apresentação, ficando essa questão a cargo de outros setores da escola.
“A escola prefere a sexta-feira pelas condições da concentração do Sambódromo e pelo perfil dos componentes. O dia do desfile não influencia pois o preparado é realizado para qualquer dia ou situação”, concluíram.