O abre-alas da Imperatriz Leopoldinense, “Virgulino no comando”, veio imponente. A alegoria retrata a invasão do bando de Lampião ao sertão nordestino. Havia componentes caracterizados como Lampião e seu bando.

A dianteira da alegoria veio com dois bois e Lampião montado em um cavalo. A paleta de cores presentes no carro eram típicas do semi-árido, além de trazer também a vegetação e características do sertão na época do cangaço.

André Fabiano, educador físico de 44 anos, sai em carros alegóricos na Rainha de Ramos desde 2016 e estava caracterizado de Corisco. Por conta de sua mãe pernambucana, André se identificou com a alegoria. Além disso, ele rasgou elogios a harmonia da escola.

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“É a melhor harmonia do carnaval, é por isso que eu estou aqui (…) Eu sou filho de português com pernambucana (…) É bem interessante a literatura de cordel. A importância desse carro, na minha opinião, é cultuar a memória de Lampião. É importante a gente entender que ela não era bom, nem ruim, ele vive no imaginário popular nordestino (…) Eu sou um dos cangaceiros do bando de lampião, estou representando o Corisco, é bem legal (…) É uma honra, porque foi uma seleção feita a dedo”, explicou André.

Max Cassiano, aderecista de 30 anos, esteve presente em alegorias durante dez anos e estreou pela Imperatriz hoje. Nesse desfile, Max está representando Lampião.

“É tudo. O enredo do carnavalesco Leandro Vieira está muito bonito. O Leandro também me apresentou a literatura de cordel”, revelou Max.

Nair Oliveira, auxiliar de enfermagem de 83 anos, é baluarte da Imperatriz Leopoldinense. Há 53 anos na escola, Nair está muito feliz com o carnavalesco Leandro Vieira e a diretoria da escola. No carro alegórico, Nair estava representando Maria Bonita.

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“Já assisti muita literatura de cordel aqui no Sapucaí. O nosso carnavalesco é o ápice, o melhor carnavalesco do momento. Uma pessoa solidária, amiga, se preocupa com bem estar dos baluartes (…) Eu tenho 53 anos de Imperatriz com muito orgulho, eu amo essa escola, apaixonada por Luizinho, meu padrinho. A Kátia cai junto com a gente no samba, é espetacular, oro por ela sempre (…) Estou de Maria Bonita. É uma roupa linda, Leandro caprichou. O Lampião é uma história nossa, uma história de guerra. Eu não sei decifrar a luta dele, mas ele fez tanta coisa que o nome dele entrou para a história”, expressou Nair.