Para o Carnaval de 2023, a Unidos de Vila Isabel apostou novamente na contratação do carnavalesco Paulo Barros. A sua última passagem pela azul e branca foi em 2018. Naquele ano, ele trouxe para a Sapucaí o enredo “Corra que o Futuro vem aí”, com o objetivo de ilustrar descobertas e invenções que fizeram e podem fazer a sociedade avançar.
Na ocasião, os integrantes da escola demonstraram descontentamento com as fantasias por estarem muito pesadas ou os machucaram. O resultado foi a nona posição do carnaval carioca. Para este ano, a perspectiva foi outra, segundo os desfilantes.
João Júnior, de 40 anos, desfila pela Vila Isabel há 18 anos e sentiu diferença entre as duas passagens do artista na agremiação do coração.
“É uma diferença gigante! Além dos carros, as fantasias são bem mais práticas. Essa, por exemplo, você vê que tem volume, mas é confortável. Dá para vestir tranquilamente. Você vê que o acabamento dos carros é totalmente diferente, a cartela de cores também. Ele deixou a escola bem mais leve e colorida. O enredo pede isso”, opinou o cuidador, que desfilará na primeira ala, representando a festa egípcia da deusa Bastet.
Com o enredo “Nessa festa eu levo fé” sobre as celebrações divinas e populares da humanidade, o povo de Noel se sentiu mais confiante com o projeto. Elisângela Nascimento, de 43 anos, achou as composições criativas.
“Eu acredito que foi bem bolado, bem esquematizado, todo mundo trabalhou junto. Ele [Paulo Barros] foi bem criativo diante das alas e dos carros alegóricos. Eu acredito que vai ter um resultado bom. Ele é uma pessoa com mente aberta que busca algo novo e procura renovar para trazer algo bem bonito para a Avenida”, disse a componente que achou que sua fantasia bem confortável representando o Holi, o festival das cores indiano.
Por outro lado, em alguns casos, os integrantes reclamaram sobre a limitação de movimento, apesar da leveza. Um exemplo é a ala “Inti Raymi, a Festa do Sol”, a 4ª a entrar no Sambódromo. A desfilante Margareth Amaral, de 54 anos, acredita que a roupa está bonita, porém grande. Na mesma ala, o estreante Nilson Martins, de 49 anos, comentou que a roupa está leve e confortável, mas alguns passos determinados da ala ficaram travados.
“Pelo que estamos conversando, a fantasia está confortável. Eu estou conseguindo me mexer, o único problema é a mobilidade do braço. Vai ficar um pouco limitado, mas vai dar para se divertir”, argumentou Nilson.
Cláudia Santana, de 57 anos, achou sua fantasia “pesada e calorenta”, mas que vai dar para brincar muito na Avenida. Ela está em seu terceiro desfile pela escola e confia nas escolhas de Paulo Barros.
“Está uma festa! Eu fico feliz de desfilar, ensaiar, pegar roupa. É uma catarse! A fantasia é um pouco pesada e calorenta, mas a está dando para brincar sim. Vamos entrar para voltar no sábado campeã, se Deus quiser”, se empolgou Cláudia que desfilou como “Festival das Lanternas”, em homenagem a tradição chinesa.
Apesar das poucas críticas, é um consenso o bom gosto estético do carnavalesco para 2023. A comunidade de Vila Isabel esteve animada para festejar durante o desfile.