A ala das baianas do Império Serrano vem como devotas de São Jorge. Suas fantasias tinham referências ao santo, por causa da devoção de Arlindo Cruz. As componentes não sentiram o peso da fantasia, elas puderam girar confortavelmente por toda a Marquês de Sapucaí.
A paleta de cores da fantasia foi com vários tons de verde, além de conter alguns detalhes em dourado. Na Avenida, as saias das desfilantes quando giraram, causaram um belo efeito visual.
Rosângela Santos da Silva, doméstica e seguradora de 66 anos, desfila no Império Serrano há quase 20 anos. Católica, Rosângela veio com toda força e fé de São Jorge para a Passarela do Samba.
“A fantasia está leve, linda (…) Sou muito devota de São Jorge, porque é um santo muito guerreiro. Ele cura doenças, defende a gente nas batalhas, é tudo”, afirmou Rosângela.
Geni Lopes, administradora de 56 anos, é a presidente da ala das baianas do Reizinho de Madureira. A presidente também achou a fantasia confortável. Desfilante da escola há 15 anos, crê na fé dos orixás para que tudo flua bem e o Império Serrano permaneça no Grupo Especial.
“Ogum guerreiro, não é meu povo? Vamos junto com ele. É um enredo que estamos lutando para continuar no Grupo Especial, para dar tudo certo, a escola está bonita, as baianas estão lindas e satisfeitas. Isso que importa”, disse Geni.
Regina Rizzo, jornalista aposentada de 73 anos, desfilou no Império Serrano em 1998 e está retornando esse ano para a escola. O tempo distante se deve a uma outra profissão de Regina: bailarina. Ela se casou e morou na Europa durante anos, mas agora está de volta para brilhar pelo Reizinho de Madureira.
“A fantasia está suave, está tranquila. Eu sou filha de ogum na minha religião (…) Eu sou uma bailarina já aposentada, mas continuo no samba e no carnaval (…) A gente não faz promessa, a gente entrega para Deus, o que for do nosso merecimento, ele entrega nas nossas mãos”, falou Regina.