InícioSérie OuroIlhaFreddy Ferreira analisa a bateria da Ilha no desfile

Freddy Ferreira analisa a bateria da Ilha no desfile

A bateria da União da Ilha do Governador fez um desfile magnífico, sob o comando de mestre Marcelo Santos. Uma conjunção sonora que explicitou o alto valor técnico da “Baterilha”. O ritmo insulano ficou marcado pela concepção musical baseada em funcionalidade e eficácia, mesmo com arranjos mais elaborados, que permitiu uma fluidez sonora entre os mais diversos naipes.

A cozinha da bateria da Ilha apresentou um trabalho refinado. Marcadores de primeira e segunda foram seguros, firmes e eficazes. Surdos de terceira deram um balanço profundo ao ritmo insulano. Repiques auxiliaram a complementar a musicalidade da parte de trás do ritmo. Um naipe de caixas absurdamente técnico exibiu o clássico toque embaixo com a rufada peculiar da Ilha. Vale ressaltar que as caixas deram amparo musical para todas as peças, tocando de forma ressonante.

A cabeça da “Baterilha” contou com trabalhos simplesmente impecáveis. Um naipe de cuícas de qualidade foi percebido, bem como uma ala de agogôs excepcional deu leveza à parte da frente do ritmo. O naipe de agogôs, inclusive, possui papel fundamental nas paradinhas, usando sua sonoridade primorosa dando um alto valor musical às peças leves. Uma ala de chocalhos sublime e com volume notável tocou de forma integrada a um naipe de tamborins profundamente técnico. O “Tamborilha” (apelido da ala) tem indubitavelmente um dos melhores naipes de tamborinistas do país e fez valer seu legado musical tocando como se fosse somente um durante toda a pista.

O trecho “Portela” evidenciou o bom gosto nos arranjos musicais insulanos. Pautado pela simplicidade, um corte seco é realizado, deixando os ritmistas do repique mor fazendo um solo envolvente. O maior mérito envolvendo a bossa é deixar o samba-enredo da Ilha ser cantado em coro, retomando o ritmo com um tapa em conjunto de todas as peças.

A bossa da cabeça do samba começava no refrão principal, após um corte seco seguido de retomada através do “ataque” dos naipes. A finalização da convenção envolveu sofisticação e requinte, envolvendo inclusive uma subida progressiva, consolidando a sonoridade de forma destacada.

A luxuosa construção musical da paradinha do refrão do meio consolidou o ritmo através da pressão provocada pelas batidas de diversas peças em conjunto. Possui um grau de dificuldade elevado de execução. O bom balanço das terceiras ficou evidente no arranjo, que ainda contou com três tapas dos tamborins unidos a uma rufada de caixa.

Uma bossa no fim da segunda teve destaque devido a boa integração musical, num arranjo que deixou explícito o swing envolvente dos surdos de terceiras insulanas. Isso sem contar os solistas do repique mor, que deram balanço ao ritmo da bateria da Ilha no momento de retomar o ritmo. Uma construção musical baseada em impacto sonoro e pressão.

Todas as apresentações nos julgadores foram bem realizadas. É possível dizer, inclusive, que era nítida a boa receptividade por parte do júri, diante de arranjos bem elaborados e executados à perfeição. Um grande desfile da “Baterilha” de mestre Marcelo.

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