A Unidos de Bangu foi a terceira escola a entrar na Marquês de Sapucaí na noite deste sábado pela Série Ouro. Com o enredo “Aganjú: a visão do fogo, a voz do trovão no Reino de Oyó, a agremiação da Zona Oeste levou para a avenida a história de uma qualidade de Xangô e apresentou os festejos de Aganju, o Xangô menino, na cultura afro-brasileira.
A terceira alegoria da escola trouxe o sincretismo de Xangô com os santos católicos e a comemoração, no mês de junho, dos festejos a Aganjú. No alto do carro foi encenada uma quadrilha. Predominante dourada e com esculturas bem acabadas, a fachada do carro lembrou uma igreja.
O cabeleireiro Pablo Guimarães, representante do grupo rainbow, diz que sua fantasia representa a quadrilha e a diversidade carioca, ele, que é espírita, conta que é uma honra desfilar pela Bangu com esse enredo tão importante, que é falar de uma das figuras de Xangô.
“Desfilar nesse carro e na Rainbow que é a nossa quadrilha, que representa a diversidade carioca, pra mim é uma honra representar todo público, principalmente na quadrilha e nas festas. O sincretismo religioso é algo muito forte, pra mim é uma coisa que realmente deveria ser mais explorada e respeitada. Nós temos diversidade, existem vários tipos de religiões, no caso, eu sou candomblecista, nossa religião é muito visada porque você acha que o público gay deve ser macumbeiro ou espírita. Não, mas a gente tá em todas as áreas, a gente pode atuar em todas as áreas, Então, eu me encontrei realmente no espiritismo e estar hoje aqui nesse desfile e como esse enredo é também parte da nossa etnia brasileira”, disse Pablo.
Para o vendedor Jorge Henrique, de 32 anos, desfilar nessa alegoria é um momento muito especial. Ele é nordestino e tem a oportunidade de representar as festas juninas típicas da região. Jorge é budista e mesmo não tendo muito conhecimento sobre Xangô, acredita que passar vibração e positividade é essencial em todas as religiões.
“Esse carro me representa porque é uma cultura da minha região, eu sou do Nordeste, eu sou do Rio Grande do Norte, então isso traz uma lembrança da minha infância, eu sempre dancei quadrilha lá no meu interior e estar aqui hoje é muito especial, estou muito feliz de verdade. Eu sou budista, não tenho muito conhecimento com Xangô, mas acredito que a vibração e positividade no coração das pessoas é que faz tudo isso acontecer, temos que respeitar todas as religiões. Desejo alegria e paz para todos, porque é isso que hoje representa no meu coração”, contou Jorge.